domingo, 13 de setembro de 2015

Receita: Pão rápido de microondas.



Como prometi na página do Facebook, segue a receita do Pão de microondas cuja foto postei outro dia: 


Ingredientes:


- 1 ovo
- 1 pitada de fermento de pão
- 1 pitada de sal rosa do himalaia (foi o que usei)
- 1 colher de sopa de azeite de oliva (usei extra-virgem prensado a frio)
- 1 colher de sopa de farinha de coco
- 1 colher de sopa de farinha de linhaça dourada

Como fazer: 

Misturar em uma caneca (usei uma caneca de cerâmica) e levar ao microondas por 1 (um) minuto ou 1 minuto e 15 segundos ou a gosto.

O QUE ACHEI:

Dou nota 6, numa escala de 1 a 10. Razões abaixo. 

O sal não "pega" - pode ser porquê usei sal rosa já que não tenho nenhum outro sal em casa - mas, dependendo do que você usar de pastinha ou colocar sobre ele, pode não fazer diferença. Não fica "duro", podendo gerar alguma dificuldade para levar à boca com as mãos - principalmente para crianças. Pode ser bem atrativo para quem excluiu a lactose da dieta mas EU NÃO RECOMENDARIA para quem está buscando emagrecer, pois uma conta rápida que fiz aqui deu mais de 300 Kcal por receita (what?) descontando, claro, a manteiga, pastinha e/ou "recheio" -  mesmo porquê é muito fácil comer dois, pois realmente fica (pelo menos eu achei) bastante gostoso. 

EU TAMBÉM NÃO POSSO afirmar que é uma receita sem glúten pois a farinha de linhaça que comprei - fabricante Arma Zen - veio com esta belíssima e ambígua afirmação na embalagem: "Produto naturalmente sem glúten mas pode conter traços de glúten. pois desde a sua origem pode ter sido embalado por máquinas que também embalam alimentos com glúten.". Maravilha não?  

Existe uma longa explicação sobre o porquê deste dizer no site do fabricante:

"Pela legislação brasileira vigente, todo produto industrializado deve conter em sua embalagem uma dessas duas frases: “contém glúten” ou “não contém glúten”. Um produto para ser classificado como não contém glúten, não pode apresentar mais do que 20 ppm (partes por milhão) de glúten em sua composição.   
O problema é que pode existir contaminação cruzada do glúten nos alimentos durante seu processo de industrialização, desde a colheita até o acondicionamento final. Produtos sem glúten que sejam colhidos, transportados, armazenados, transformados e embalados em máquinas, lugares e equipamentos que tiveram algum contato com produtos com glúten previamente, podem sofrer contaminação cruzada.   
Não existe hoje no Brasil uma certificação dos produtos sem glúten, como acontece com os orgânicos, onde empresas terceiras auditam todo o processo, desde o plantio até a comercialização dos produtos orgânicos certificados, para garantir sua procedência e evitar a contaminação cruzada durante as etapas da industrialização.   
Por tais motivos e em respeitos aos portadores da doença celíaca, a Arma Zen Produtos Naturais iniciou um processo de readequação de suas embalagens, onde parte dos seus produtos naturalmente sem glúten passarão a indicar a informação “Contém Glúten” com um complemento que informa “produto naturalmente sem glúten mas pode conter traços de glúten por ser embalado em máquinas que embalam produtos com glúten”. Indicando que produtos naturalmente sem glúten em sua composição podem vir a apresentar traços de glúten maiores que 20 ppm (partes por milhão) devido ao eventual contato com produtos com glúten durante a seu processo de industrialização, desde a moagem até sua embalagem final."
FONTE: http://www.armazen.com/#!info-gluten/ceo6


Tirando este "pequeno probleminha" (alerta de ironia ligado, por favor), é uma receita simples e prática, sem firulas, ideal para quem mora sozinho (como eu) e não tem muito tempo para grandes confeitarias. Considerando TODOS os fatores acima, dou um 6 (seis) redondo - bem dado.

E você? Qual a sua receita favorita de pão sem glúten/sem lactose ? 

sábado, 12 de setembro de 2015

O que é a Dieta de Low FODMAP?


Depois da Dieta Low Carb, da Dieta Low Fat e da Dieta de baixo Índice Glicêmico (Low GI), o que será esta dieta de Low FODMAP? 

FODMAP é uma sigla para Oligossacarídeos Fermentáveis, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis - em inglês, Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides e Polyols = F.O.D.M.A.P.

FODMAP designa uma conjunto de alimentos que tem como característica principal a alta osmolaridade (significa que eles "puxam" a água para o interior do intestino). Os FODMAPs podem não ser bem digeridos ou absorvidos e podem, ainda, serem fermentados por bactérias no trato intestinal, podendo produzir sintomas em pessoas sensíveis, como distensão abdominal, flatulência (gases), etc. Por este motivo, a Dieta de Low FODMAP (Baixo FODMAP) tem sido preconizada como uma abordagem terapêutica possível para pessoas com Síndrome do Intestino Irritável.  

É importante lembrar que todo FODMAP é um carboidrato, mas nem todo carboidrato é um FODMAP.

Abaixo uma lista parcial de alimentos ricos em FODMAPs:

Frutas: maçãs, damascos, cerejas, mangas, pêssegos, peras, nectarinas, ameixas, melão.
Vegetais: alcachofras, aspargos, couve-for, alho, cogumelos, cebola.
Nozes: Pistache, castanha de caju.
Cereais: trigo, centeio, cevada.
Laticínios: leite, leite condensado, queijo cottage ou ricota, sorvete, iogurte.
Outros: mel, sorbitol, manitol, frutose e xarope de milho. 

A exclusão dos FODMAPs da dieta tem se mostrado benéfica para portadores da Síndrome do Intestino Irritável (SII ou IBS - Irritable Bowel Syndrome) - e também alguns pacientes com Doença de Chron e retocolite ulcerativa, Lembrando que todo tratamento deve ser realizado com o acompanhamento de uma profissional capacitado. 

E você? Já conhecia a Dieta de Low FODMAP? Conhece alguém que pode se beneficiar desta dieta? Deixe sua impressão nos comentários. Forte abraço!


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Brócolis é Paleo? (IMPORTANTE: responda a pergunta antes de ler o post!)

Em relação à pergunta acima, eu gostaria de lhe propor um desafio: responda em voz alta antes de ler o restante do post. O motivo vai ficar bem óbvio depois mas, por ora, eu peço que confie em mim e que responda a pergunta - e não, não responda apenas mentalmente. Fale em voz alta, se possível (e não for gerar estranheza nos circunstantes) ou dê um jeito de anotar a resposta em algum lugar, Ok?

Tanto o brócolis, como a couve-flor, o repolho, a couve-de-bruxelas e a simples couve, são todos derivados da couve silvestre (Brassica oleracea var. silvestris), como resultado de um processo artificial de seleção que vem ocorrendo desde o século 6 a.C. 


Considerando que o Paleolítico se inicia 2,5 milhões de anos atrás e termina por volta de 20.000 anos atrás, poder-se-ia levantar a dúvida se o brócolis caberia dentro de uma abordagem Paleo da alimentação ou não. Loren Cordain, o autor de The Paleo Diet, e  pioneiro do moderno movimento de dieta paleo (eu escrevo sem acento mesmo - "paleo" e não "páleo") lista o brócolis como parte de um cardápio paleo em seu post "WHAT TO EAT ON THE PALEO DIET" - traduzindo, "O que comer em uma Dieta Paleo" . Robb Wolf chega a propor algumas receitas bastante apetitosas. Veja aqui

Então, o brócolis é paleo ou não? Se considerarmos que a Dieta Paleo é uma busca de recriar as condições de alimentação do Paleolítico com alimentos disponíveis na atualidade, o brócolis cabe muito bem em uma abordagem paleo.

Sabemos que é impossível recriar integralmente as condições de vida do Paleolítico pois muitas das plantas e animais já não existem ou forma substancialmente modificados - pela ação humana na maioria das vezes. 

Chris Kesser - autor de The Paleo Cure - já sugeriu, inclusive, que se falasse menos em "Dieta" Paleo e sim em "Template" Paleo (veja  a este respeito o post Beyond Paleo: moving from a “paleo diet” to a “paleo template"), uma vez que o termo "Dieta" possui uma associação bastante negativa em nossa cultura. 

Falarei disso em outro post. Por ora, continuarei comendo o meu brócolis sossegado. Forte abraço!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O que é a Dieta Pegan?


"O que devo comer para se sentir bem, perder peso e permanecer saudável?" - esta é a pergunta que abre o artigo "Por que eu sou um Pegan - ou Paleo-Vegan - e por que você deve ser também!", do médico americano Dr. Mark Hyman. A resposta a esta pergunta, dada pelo Dr. Hyman, bem entendido, seria a Dieta Pegan, que, segundo ele, combinaria as abordagens Paleo e Vegan (Pegan = Paleo + Vegan). Mas como seria isso exatamente? Bom, o texto abaixo é a tradução livre (minha) de um trecho da página do blog do Dr. Hyman na qual ele explica os conceitos envolvidos na abordagem Pegan (coloquei o link para o artigo original logo abaixo para quem se interessar em ler mais sobre):

>> INÍCIO DA TRADUÇÃO DO TEXTO DO DR. HYMAN

"Concentre-se na carga glicêmica de sua dieta. Isso pode ser feito em uma dieta vegan ou paleo, mas fica mais difícil em uma dieta vegan. Concentre-se em mais proteínas e gorduras. Nozes (amendoim não), sementes (linhaça, chia, cânhamo, gergelim, abóbora), coco, abacate, sardinha, azeite de oliva. 
Coma as gorduras certas. Fique longe de a maioria dos óleos vegetais como canola, girassol, milho e, especialmente, óleo de soja, que agora compreende cerca de 10 por cento das nossas calorias. Foque, ao invés disso, nas gorduras omega 3, nozes, coco, abacate e até mesmo gordura saturada de animais alimentados com capim ou criados de forma sustentável. 
Coma principalmente plantas - montões vegetais e frutas de baixo índice glicêmico. Isso deve compor 75 por cento de sua dieta e de seu prato. (...) 
Concentre-se em nozes e sementes. Eles estão cheios de proteínas, minerais e gorduras boas e diminuem o risco de doenças cardíacas e diabetes. 
Evite produtos lácteos - é para o crescimento de bezerros em vacas, não para os seres humanos. Tente cabra ou de ovelha produtos e apenas como um deleite. E sempre orgânico.
Evite o glúten - (...) se você não for sensível ao glúten , então considere-o um deleite ocasional.
Coma cereais integrais sem glúten ocasionalmente - eles podem elevar o açúcar no sangue e podem desencadear autoimunidade.
Coma feijão com moderação - lentilhas são as melhores. Fique longe de grandes grãos de amido. Comer carne ou produtos animais como um agrado, e não como o prato principal. Leia The Third Plate por Dan Barber para compreender como mudanças em nossos hábitos alimentares poderia salvar o meio ambiente e a nós mesmos. Os vegetais devem tomar o centro do palco e carne deve ser um acompanhamento. 
Pense no açúcar como um deleite ocasional - em todas as suas várias formas (ou seja, use ocasionalmente e com moderação)."

>> FIM DA TRADUÇÃO DO TEXTO DO DR. HYMAN

O TEXTO ORIGINAL INTEGRAL você encontra aqui: 
http://drhyman.com/blog/2014/11/07/pegan-paleo-vegan/

MINHA OPINIÃO:

Pontos positivos:

O Dr. Hyman reúne conceitos bem interessantes na sua abordagem "Pegan" - o mais forte é, na minha visão, unir a preocupação com a saúde do indivíduo com a preocupação relativa à saúde do Planeta (sustentabilidade). A preocupação em promover a conscientização acerca da carga glicêmica dos alimentos, sobre o papel das gorduras "boas", etc. é, também, louvável e meritória, como todo profissional de saúde sabe muito bem. A flexibilidade da abordagem Pegan também chama bastante a atenção: no trecho acima fica claro, mesmo para quem não leu todo o artigo, que existe espaço para o uso ocasional de alimentos quase que universalmente considerados "ruins" pela blogosfera, mundial. Isso nos mostra que a moderação é a chave - e para muitas coisas da vida além da alimentação. 

Ponto(s) negativo(s):

Do ponto-de-vista de relações públicas, a Dieta Pegan me parece um beco-sem-saída. Existem aqui dois aspectos a considerar: e ambos ruins. Muito possivelmente, o público Vegan jamais entenderia a abordagem Pegan como algo remotamente parecido com a abordagem Vegan - que se abstém completamente de qualquer produto de origem  animal: carne, leite, ovos, etc. Por outro lado, o público Paleo, na minha visão, dificilmente a entenderá como uma modificação suficiente do estilo de vida Paleo para merecer um nome distinto ("Porque não chamar simplesmente de 'Paleo com menos carne'?", alguém poderia perguntar - "Low-Meat Paleo", quem sabe?). 

A despeito destas dificuldades, a Dieta Pegan tem tido alguma atenção na imprensa internacional e poderá, em breve, estar aportando por aqui, quem sabe? 

E você, qual a sua opinião? Por favor deixe nos comentários abaixo. Forte abraço!



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"Chocolate branco pode, doutor?" Desfazendo mitos sobre o chocolate branco.



Em primeiro lugar, temos que esclarecer um fato que pouca gente sabe: chocolate branco não é chocolate. Sim, isso mesmo, chocolate branco não é chocolate: ele é feito a partir da manteiga do cacau, com leite, açúcar e outros ingredientes. O chocolate Galak®, por exemplo, que fez a infância de muita gente, é feito de "açúcar, leite em pó, manteiga de cacau, lactose, gordura vegetal, emulsificantes lecitina de soja e ricinoleato de glicerila e aromatizante." - informação que consta no site do fabricante

Em geral é isso mesmo: chocolate branco não leva cacau em sua composição e, por isso, tecnicamente não pode ser considerado chocolate. Outro ponto importante é que boa parte das propriedades benéficas do chocolate estão ligadas aos compostos bioativos presentes no cacau - que o chocolate branco na melhor das hipóteses possui traços ou não tem nenhum, no depender do processo de fabricação utilizado. Comparando algumas marcar de chocolate preto e branco de um mesmo fabricante ao escrever este post (coloquei as informações nutricionais abaixo). Ficou fácil reparar que as marcas que comparei possuem mais ou menos a mesma quantidade de calorias (ao redor de 127-139 kcal) e carboidratos (14 gramas) por porção (25 gramas ou quatro quadradinhos). O chocolate branco é portanto, uma espécie de "coisa parecida com chocolate" que não possui nenhum dos benefícios do chocolate com cacau. Por isso mesmo, o chocolate branco é um alimento que não faz muito sentido do ponto-de-vista de uma estratégia alimentar saudável, incluindo Paleo.

Além disso, não existe base para as alegações de que este teria propriedades "emagrecedoras". Ele é, na melhora das hipóteses, um doce como outro qualquer, que pode ou não ser consumido dentro de um plano alimentar individualizado - dependendo do objetivo traçado junto ao profissional de saúde que lhe acompanha. 

Galak®:


Ao Leite da Nestlè®:


Meio Amargo da Nestlè®:


domingo, 21 de junho de 2015

Princípios da Medicina Ortomolecular - Parte 2


Após a publicação do post sobre Princípios da Medicina Ortomolecular, eu recebi várias perguntas em minha página do Facebook e achei melhor respondê-las aqui como um post novo. Uma dúvida/pergunta que se repetiu foi "quais suplementos você recomenda". Para responder esta pergunta teremos de falar de um dos princípios que da medicina ortomolecular que ainda não abordamos que é o princípio da individualidade bioquímica humana. 

Princípio número 4:

Respeito à Individualidade Bioquímica de cada um.



O princípio da individualidade bioquímica humana estabelece que cada ser humano é diferente em termos não só da composição bioquímica do seu organismo, bem como em termos de resposta aos estímulos ambientais. Por "estímulos ambientais" entendemos não só os alimentos e nutrientes mas também outros estímulos como: luz (solar e artificial), movimento, relacionamentos, carga de trabalho, etc. Cada ser humano é único em sua individualidade: isto significa que se colocarmos diferentes pessoas diante dois mesmos estímulos, elas muito provavelmente terão diferentes respostas a estes estímulos. 

Esta característica da espécie humana, por um lado, é muito positiva, pois é o que torna a espécie humana extremamente adaptável ao seu ambiente, mas por outro lado impede que possamos prever uma resposta padrão para um determinado nutriente ou suplemento. Por esse motivo, não podemos dizer que existe um suplemento que seja bom para todas as pessoas, ou que seja igualmente recomendado para todas as pessoas - dizer isso seria contrariar o princípio da individualidade bioquímica humana no qual a medicina ortomolecular se fundamenta.

"Todos devem tomar Yakult"?



Quando eu era criança relativamente mais jovem, lembro de uma propaganda que passava na televisão e que terminava com os seguintes dizeres: "todos devem tomar yakult". Yakult, como todos sabem,  é um produto é feito a partir de leite fermentado e adoçado e que contém probióticos (bactérias boas para o nosso intestino). Se me perguntarem hoje se "todos devem tomar yakult" a minha resposta como médico é obviamente não: yakult é feito, como eu já já mencionei, a partir de leite fermentado e adoçado. Daí já podemos inferir que pessoas intolerantes à lactose e diabéticos possuem evidentes limitações no consumo desse produto. 

Eu usei aqui um exemplo baseado em uma propaganda antiga - e completamente datada - mas hoje em dia nós vemos que exatamente a mesma situação envolvendo outras substâncias e suplementos. Defender o uso de uma substância (mesmo sendo um mineral, vitamina ou suplemento) por toda uma população é tão absurdo quanto dizer que todos devem tomar Yakult. 


Por este motivo, quando vemos um determinado autor defendendo o que todos devem tomar tal substância o que vemos ali não é medicina ortomolecular pois falha em obedecer o princípio básico do respeito à individualidade bioquímica humana.


Na prática:


Nem todos devem suplementar Vitamina D.

Nem todos devem consumir Chia.
Nem todos devem usar este ou aquele suplemento ou vitamina ou hormônio. 

Cada pessoa é um indivíduo e possui necessidades particulares. 



Princípio número 5:

"Doses certas no tempo certo."


"Doses certas no momento certo" é uma expressão utilizada por Linus Pauling, o criador da Medicina Ortomolecular. Em linhas gerais, este princípio estabelece que existe um momento certo para a utilização de suplementos. Por "momento certo" me refiro não só as circunstâncias das nossas vidas como também ao momento do dia para a melhor utilização.

É muito fácil de se entender que a taxa de absorção e metabolismo de nutrientes e/ou suplementos  de uma pessoa submetida a um determinado nível de stress muito provavelmente não será a mesma de uma pessoa submetida a um nível muito mais alto ou muito mais baixo. Por isso mesmo é importante avaliar as condições de vida de uma pessoa antes de iniciar qualquer abordagem  de suplementação 


Também devemos considerar aqui que os diferentes suplementos possuem momentos ótimos de utilização: desta forma, determinados suplementos terão melhor aproveitamento se utilizados, por exemplo, à noite antes de deitar e outros, ao contrário, logo cedo pela manhã.


Além disso, muitos nutrientes competem um com o outro pela absorção, de forma que se ingeridos simultaneamente um poderá anular ou diminuir o efeito do outro.


Para citar apenas um exemplo: o cálcio é antagonizado pelo fósforo (outro mineral). Uma aplicação prática deste conceito, uma vez que nós encontramos o fósforo em alta concentração nos refrigerantes à base de cola, qualquer pessoa que esteja fazendo reposição de cálcio é dever a evitar é abolir que atualmente é qualquer refrigerante - o que sabemos que nem sempre acontece. 



Conclusão:


A prática ortomolecular é uma abordagem altamente individualizada que depende do feedback e do permanente contato e troca entre o médico e o paciente, de forma a conhecer e adaptar o conhecimento e experiência do profissional à individualidade. Não existem fórmulas "prontas" pois cada organismo é único e possui diferentes necessidades.

Como já dissemos antes, o fato de não existirem soluções "mágicas" não significa que não existam soluções ou que estas soluções sejam necessariamente "difíceis". Tudo começa sempre com a decisão de mudar e com a motivação apropriada.

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Esta postagem fecha a sequência sobre Medicina Ortomolecular. Os links para as outras postagens estão abaixo:

1 - O que é Medicina Ortomolecular?

2 - Princípios da Medicina Ortomolecular (Parte 1)

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domingo, 10 de maio de 2015

O que é Compulsão Alimentar?




Se denomina compulsão alimentar o comportamento alimentar caracterizado pela ingestão de grande quantidade de comida em um período de tempo delimitado (até 2 horas), acompanhado da sensação de perda de controle sobre o quê ou o quanto se come, é conhecido em inglês como "binge eating" – em português, compulsão alimentar (CA).

Quando os episódios de compulsão alimentar ocorrem em, PELO MENOS, 2 dias por semana, num período de 6 meses, ASSOCIADOS a algumas características de perda de controle e NÃO SÃO acompanhados de comportamentos compensatórios dirigidos para a perda de peso, indicam, a presença de uma síndrome denominada Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP).

O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) foi descrito pela primeira vez nos anos 1950 (1), mas só foi reconhecido como transtorno propriamente dito em 2013, quando aparece descrito como tal no DSM-5 - Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais 5.ª edição, publicado pela American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria),

De acordo com a Binge Eating Disorder Association, 3,5 % das mulheres , 2 % dos homens e 30 % a 40 % dos que procuram tratamentos de perda de peso podem ser diagnosticado clinicamente com TCAP.

Abaixo, os critérios previstos no DSM-5 para Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica.


Critérios Diagnósticos para TCAP (DSM-5):

A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado por ambos os seguintes critérios:
1. Ingestão, em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro de um período de 2 horas), de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um período similar, sob circunstâncias similares;
2. Um sentimento de falta de controle sobre o episódio (por exemplo, um sentimento de não conseguir parar ou controlar o que ou quanto se come).
B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes critérios:
1. comer muito e mais rapidamente do que o normal;
2. comer até sentir-se incomodamente repleto;
3. comer grandes quantidades de alimentos, quando não está fisicamente faminto;
4. comer sozinho por embaraço devido à quantidade de alimentos que consome;
5. sentir repulsa por si mesmo, depressão ou demasiada culpa após comer excessivamente,
C. Acentuada angústia relativa à compulsão alimentar.
D. A compulsão alimentar ocorre, em média, 1 dia por semana, durante 3 meses.
E. A compulsão alimentar não é associada com o recorrente uso de comportamentos compensatórios inapropriados como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso da bulimia nervosa ou anorexia nervosa.

Referências:

(1) STUNKARD, A.J.- Eating patterns and obesity. Psychiatr Q 33: 284-94, 1959.
(2) Swanson SA, Crow SJ, Le Grange D, Swendsen J, Merikangas KR. Prevalence and correlates of eating disorders in adolescents. Results from the national comorbidity survey replication adolescent supplement. Archives of General Psychiatry. 2011;68(7):714–723.

domingo, 5 de abril de 2015

"Com o que se parecem 2000 calorias?" - Vídeo

Surfando pela web, me deparei com este vídeo, já datadinho (2013), que mostra, visualmente, o que são 2000 calorias em termos de alguns alimentos bem comuns (e outros, não tão comuns por aqui, que só se vêem nos Estados Unidos). Embora, como disse, o conceito seja um pouco "datado" - uma vez que o conceito de densidade nutricional dos alimentos está, pouco a pouco, ocupando o seu espaço em relação ao conceito de densidade calórica - ainda assim, como diria uma famosa emissora televisiva brasileira, " Vale a Pena Ver de Novo". Boa Páscoa! :)


sábado, 21 de março de 2015

Princípios da Medicina Ortomolecular - Parte 1


Como falamos no post anterior, a Medicina Ortomolecular foi idealizada por Linus Pauling nos anos 50, e percorreu uma longa trajetória desde então, com muitas idas e vindas.
Muito embora existam, hoje em dia, diversas "correntes" dentro da Medicina Ortomolecular, cada qual defendendo a sua própria visão da realidade, os princípios abaixo são auto-evidentes em si mesmos e perfeitamente coerentes com a melhor prática médica da atualidade e, por isso, podem nos servir de base para entender a que a abordagem terapêutica ortomolecular, bem como para avaliar se um determinado corrente ou prática que se diz ortomolecular na verdade o é. Achou útil? Então vamos lá:

Princípio número 1:

A Medicina Ortomolecular, sempre que possível, se vale de substancias que normalmente já se encontram presentes no corpo humano.





Como vimos, estas substâncias são vitaminas, sais minerais, lipídeos, aminoácidos, etc.  Como também já vimos no post anterior, os fitoterápicos, são comumente encontrados em associação a formulações ortomoleculares (principalmente os fitoterápicos com marcado poder antioxidante), mas não podem ser considerados "ortomoleculares" no sentido próprio do termo, pois não são encontrados naturalmente no corpo humano. 
Pauling acreditava que as substâncias já existentes no nosso organismo (ortomoleculares) eram preferíveis à substâncias (medicamentos) sintéticos e mesmo aos fitoterápicos, que estariam mais sujeitos a produzir efeitos colaterais indesejáveis.
Um mito, muito difundido em nosso meio, diz que os fitoterápicos, por serem derivados de plantas, seriam isentos de efeitos colaterais podendo ser utilizados "à vontade" - isso simplesmente não é verdade. Fitoterápicos podem produzir efeitos colaterais como qualquer medicamento sintético. 
Mesmo substâncias ortomoleculares, como vitaminas e sais minerais, podem produzir efeitos indesejáveis, e por isso devem ser utilizadas com muita cautela e, sempre que necessário, sob a orientação de um profissional especializado.  
Na época em que Pauling formulou os princípios da Medicina Ortomolecular achava-se que substâncias como a Vitamina C eram isentas de efeitos adversos - mesmo se ingeridas em grandes doses. Com o avanço da ciência, sabemos hoje que isso não é verdade e que mesmo uma substancia aparentemente inofensiva como a Vitamina C pode sim produzir efeitos adversos - inclusive câncer - se utilizada em doses elevadas de forma prolongada. Por isso, muitas vezes, a orientação de um profissional especializado é imprescindível.

Princípio número 2:

A melhor forma de introduzir as substâncias (ortomoleculares) necessárias ao equilíbrio bioquímico do organismo é pela dieta.


Certa vez, eu assisti uma reportagem com uma famosa global que se gabava de ingerir mais de 100 capsulas de suplementos por dia, prescritos por seu "médico ortomolecular". Na época, eu achei - e ainda acho - um verdadeiro absurdo. Se a pessoa tem que tomar 100 cápsulas por dia para se manter em equilíbrio, podemos afirmar, sem medo de errar, que existe algo de profundamente errado com a sua dieta. Como o próprio nome já diz, o propósito de qualquer estratégia de "suplementação" é suplementar os nutrientes obtidos através da dieta. Se uma pessoa ingere 100 capsulas ao dia ela está "se alimentando" de cápsulas e não de comida - o que não faz nenhum sentido a não ser que a pessoa fosse portadora de alguma doença crônica grave - o que não é o caso. Este é apenas um dos muitos absurdos que são propagados na mídia como sendo "ortomolecular" - e que de fato não o são.
Você não pode simplesmente suplementar "à força" um indivíduo - sem realizar quaisquer modificações de dieta e hábitos de vida - e esperar que mudanças ocorram como "mágica". Isto simplesmente não acontece e, qualquer alteração causada por esta suplementação forçada, durará apenas o tempo que durar a suplementação pois é algo artificial e sem qualquer sustentabilidade no organismo humano.
Não obstante, a busca da "pílula mágica" é algo que alimenta a fantasia de muitos pacientes, em parte motivados por reportagens com as envolvendo a acima citada global. Na minha opinião, este tipo de reportagem presta um desserviço à sociedade pois coloca como "exemplo" um padrão de comportamento totalmente desconectado da realidade. 

Princípio número 3:

A suplementação deve estar sempre acompanhada de modificações no estilo de vida e na dieta.


Como falamos acima, não existe "pílula mágica", mas sempre existirão pessoas em busca de uma e pessoas querendo lhe vender uma - então é preciso ter atenção redobrada sobre tudo que lemos na mídia a respeito de soluções fáceis para problemas que estão por aí há décadas - como, por exemplo, a epidemia de obesidade que acomete o mundo moderno. Evidentemente, se existissem soluções "mágicas" para este problema ele já estaria resolvido por agora e você não veria uma única pessoa acima do peso na rua. Os hospitais se esvaziariam - pela diminuição da carga de doenças associadas á obesidade, como diabetes, hipertensão arterial, síndrome metabólica, etc. - e, por consequência, os problemas do SUS e dos planos de saúde privados acabariam. 
IMPORTANTE: o fato não existirem soluções "mágicas" não significa que não existam soluções ou que estas soluções sejam necessariamente "difíceis". Costumo dizer que qualquer processo de mudança é difícil se não existir a decisão de mudar. Sem esta decisão, que só pode partir do próprio paciente, quaisquer dietas, suplementos, treinos, etc. serão em vão. Existindo a decisão de mudar e a motivação apropriada, tudo se torna muito mais fácil.

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Este post continua em Princípios da Medicina Ortomolecular - Parte 2


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segunda-feira, 16 de março de 2015

O que é Medicina Ortomolecular?



O que é Medicina Ortomolecular?

A expressão “Medicina Ortomolecular” foi criada pelo bioquímico e pesquisador Linus Pauling (1901-1994).  Pauling foi um desbravador no campo da Bioquímica Molecular e fez diversas contribuições importantes à ciência, tendo sido agraciado por duas vezes com o Premio Nobel – Química (1954) e da Paz (1962). Ou seja, ele não era um “curioso” nem um “excêntrico”, mas som um cientista renomado e reconhecido por suas contribuições à Ciência.

Muito embora alguns dos conceitos estabelecidos por Pauling posteriormente se verificassem como exagerados ou mesmo incorretos, com a ampliação dos estudos a respeito, muito do que se entende hoje por Medicina Ortomolecular teve a sua origem em Pauling, que lançou as bases desta prática terapêutica.

O que significa “Ortomolecular”?

A palavra “ortomolecular” se compõe da palavra grega “orto”, que significa “certo”, “correto” e “molecular”, que designa as moléculas que compõe o nosso organismo. Podemos traduzir “ortomolecular” como “molécula certa” ou “molécula correta”. De fato, o conceito por detrás da Medicina Ortomolecular, como idealizada por Pauling, se baseia justamente nisso, no emprego das “doses certas no momento certo” de substâncias naturalmente encontradas no organismo humano.

Pauling defendia que a utilização na Medicina de substâncias já presentes no organismo humano (vitaminas, etc.) era preferível ao uso de medicamentos sintéticos ou mesmo fitoterápicos. Em suas palavras:

“Creio que, em geral, o tratamento de doença mediante o emprego de substâncias, tal como o ácido ascórbico, que normalmente se acham presentes no corpo humano e são necessárias a manutenção da vida, dever ser preferido ao tratamento mediante o emprego de poderosas substâncias sintéticas ou produtos de plantas, que podem ter, e geralmente têm, efeitos colaterais indesejáveis.(1)

Pauling definiu a Medicina Ortomolecular da seguinte forma:

“Medicina Ortomolecular é a preservação da boa saúde e o tratamento da enfermidade fazendo variar as concentrações, no corpo humano, de substancias que normalmente se acham presentes no corpo e são necessárias a saúde.(2)

Nesta definição – de 1968 – já se encontra presente um dos conceitos fundamentais da medicina ortomolecular que é a utilização “de substancias que normalmente se acham presentes no corpo”. De fato, é este princípio que permite diferenciar a ortomolecular de outras abordagens terapêuticas com as quais ela é muitas das vezes confundida pelo leigo. 

E que substâncias são essas?

Fazem parte do arsenal terapêutico da medicina ortomolecular, portanto, substâncias que já se encontram presentes no organismo. Como exemplo de substâncias que fazem parte da prática da ortomolecular podemos citar:

1- Vitaminas. Exemplos: Vitamina C, Vitamina E, Vitamina D, e outras vitaminas.
2- Sais Minerais. Exemplos: Cálcio, Magnésio, e outros.
3- Aminoácidos. Os aminoácidos são os “blocos de montar” com os quais as proteínas que compõe o nosso corpo são feitas. Exemplos: Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAA), L-Carnitina, muito na moda hoje como entre os praticantes de musculação, bem como outros aminoácidos.
4- Lipídeos (“gorduras”, "óleos"). O melhor exemplo de lipídeo utilizado na prática ortomolecular é o Ômega-3, presente em peixes de águas frias (salmão, arenque, sardinha, cavalinha, etc.), entre outros liídeos que também pode ser utilizados na medicina ortomolecular.
5- Enzimas e coenzimas. São substâncias que atuam como coadjuvantes ou “facilitadores” de reações naturais que ocorrem no organismo. Como exemplo, podemos citar a Coenzima Q10, que participa dos processos de geração de energia (ATP).
6- Hormônios. Existe toda uma controvérsia relativa a reposição de hormônios no meio médico e acadêmico. A controvérsia envolve o que repor, quando repor, e a nomenclatura utilizada, entre outros aspectos. Não vamos entrar neste debate aqui, mas podemos citar, como exemplo de hormônio já utilizado pela ortomolecular a melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal, que fica no cérebro e que tem sido utilizada para o tratamento da insônia, muito embora não seja comercializada no Brasil, a não ser em importadoras.  A própria Vitamina D se reveste de características de hormônio e pode ser incluída também nesta categoria.
7- Lactobacilos (probióticos): os lactobacilos são micro-organismos que já existem na nossa flora intestinal e que podem ser reintroduzidos como uma forma de promover o equilíbrio da nossa flora. Nós, seres humanos, temos dez vezes mais bactérias do que células em nosso corpo e cada vez mais os cientistas descobrem novas inter-relações entre a nossa flora e funções bastante complexas de nosso organismo.

IMPORTANTE: Muito embora, no sentido literal da expressão, os lactobacilos não sejam constituintes do nosso corpo (eles ocupam a luz do tubo intestinal e não estão propriamente “dentro” do nosso corpo), podemos muito facilmente considera-los como parte do repertório terapêutico da ortomolecular devido a íntima relação entre a nossa flora intestinal e o nosso organismo.

Todas as substancias acima que recaem muito bem na categoria “de substancias que normalmente se acham presentes no corpo”. Ao longo de sua evolução, no entanto, desde os anos 50-60 quando foi originalmente formulada, até os dias atuais, outras substâncias que não atendem a esta descrição foram sendo incorporadas ao repertório terapêutico da medicina ortomolecular. Aqui devemos dar um destaque especial para duas classes de substancias que são os fitoterápicos e os antioxidantes.

8- Fitoterápicos: são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Uma vez que as plantas não são por definição partes constituintes do corpo, é fácil concluir que a utilização medicinal de plantas se constitui de uma prática diversa da ortomolecular. Nada impede, no entanto ser associada à ortomolecular, se isto for trazer benefícios ao paciente. Uma boa parte das plantas medicinais utilizadas em conjunto as formulações ortomoleculares possuem um efeito modulador sobre um processo ou função do corpo humano ou apresentam uma ação antioxidante pronunciada.

9- Antioxidantes: Durante a sua trajetória dos anos 50 até hoje, a Ortomolecular sofreu uma forte influência da Teoria dos Radicais Livres, principalmente nos anos 80-90.

Simplificando muito-muito-muito-muito – pois existem incontáveis livros e artigos apenas sobre este assunto, e que seriam impossíveis de resumir aqui – , os Radicais Livres são moléculas naturalmente geradas pelo nosso corpo que apresentam uma característica de “instabilidade”. Esta “instabilidade” faz com que ela busque atingir o equilíbrio “roubando” elétrons de outras moléculas de nosso corpo. Este processo de “roubar” elétrons é chamado de oxidação e as substâncias que combatem este processo são chamadas de “antioxidantes”. A oxidação produzida pelos radicais livres tem sido relacionada como mecanismo de ação do processo de envelhecimento humano e na origem de várias doenças degenerativas. Substâncias que combatem a oxidação são chamadas de “antioxidantes” e têm sido largamente empregadas na ortomolecular.  

Uma Curiosidade: Durante os anos 80-90, a Ortomolecular foi tão fortemente influenciada pela Teoria dos Radicais Livres que muitos passaram a se referir à ela como “Oxidologia”. A maior parte das práticas bizarras e não-científicas associadas à Ortomolecular (aquelas geralmente denunciadas no Fantástico ou outros grandes veículos de mídia) - e que não tem nenhuma relação com a prática ortomolecular baseada em evidências cientificas – foram popularizadas durante este período. Voltaremos a este assunto em um futuro post sobre “O que não Ortomolecular”, no qual teremos a oportunidade de abordar alguns destes equívocos.

Voltando aos antioxidantes, esta categoria de substâncias pode incluir tanto substâncias naturalmente presentes no corpo humano – e, portanto, “ortomoleculares” no sentido próprio do termo – quanto substancias estranhas ao corpo humano mas que possuem propriedades antioxidantes, sendo por vezes vantajosa a sua utilização. Como exemplo do primeiro tipo (substâncias naturais do corpo humano), podemos citar a Superóxido Dismutase (SOD) um antioxidante natural do nosso corpo que pode ser suplementado, caso necessário. Como exemplo do segundo tipo (substâncias não naturalmente presentes no corpo humano), podemos citar o resveratrol, presente nas sementes de uva e no vinho tinto, e que possui marcada atividade antioxidante.

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Se você tem dúvidas sobre um dos pontos abordados acima ou perguntas que gostaria de ver respondidas, favor deixar nos comentários. Elas serão avaliadas como tema em futuros posts. Obrigado!

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Referências:

(1) Pauling, Vitamin C and the Common Cold, 1972.
(2) Pauling, Journal of Vital Substances and Diseases of Civilization, 1968.