domingo, 13 de setembro de 2015

Receita: Pão rápido de microondas.



Como prometi na página do Facebook, segue a receita do Pão de microondas cuja foto postei outro dia: 


Ingredientes:


- 1 ovo
- 1 pitada de fermento de pão
- 1 pitada de sal rosa do himalaia (foi o que usei)
- 1 colher de sopa de azeite de oliva (usei extra-virgem prensado a frio)
- 1 colher de sopa de farinha de coco
- 1 colher de sopa de farinha de linhaça dourada

Como fazer: 

Misturar em uma caneca (usei uma caneca de cerâmica) e levar ao microondas por 1 (um) minuto ou 1 minuto e 15 segundos ou a gosto.

O QUE ACHEI:

Dou nota 6, numa escala de 1 a 10. Razões abaixo. 

O sal não "pega" - pode ser porquê usei sal rosa já que não tenho nenhum outro sal em casa - mas, dependendo do que você usar de pastinha ou colocar sobre ele, pode não fazer diferença. Não fica "duro", podendo gerar alguma dificuldade para levar à boca com as mãos - principalmente para crianças. Pode ser bem atrativo para quem excluiu a lactose da dieta mas EU NÃO RECOMENDARIA para quem está buscando emagrecer, pois uma conta rápida que fiz aqui deu mais de 300 Kcal por receita (what?) descontando, claro, a manteiga, pastinha e/ou "recheio" -  mesmo porquê é muito fácil comer dois, pois realmente fica (pelo menos eu achei) bastante gostoso. 

EU TAMBÉM NÃO POSSO afirmar que é uma receita sem glúten pois a farinha de linhaça que comprei - fabricante Arma Zen - veio com esta belíssima e ambígua afirmação na embalagem: "Produto naturalmente sem glúten mas pode conter traços de glúten. pois desde a sua origem pode ter sido embalado por máquinas que também embalam alimentos com glúten.". Maravilha não?  

Existe uma longa explicação sobre o porquê deste dizer no site do fabricante:

"Pela legislação brasileira vigente, todo produto industrializado deve conter em sua embalagem uma dessas duas frases: “contém glúten” ou “não contém glúten”. Um produto para ser classificado como não contém glúten, não pode apresentar mais do que 20 ppm (partes por milhão) de glúten em sua composição.   
O problema é que pode existir contaminação cruzada do glúten nos alimentos durante seu processo de industrialização, desde a colheita até o acondicionamento final. Produtos sem glúten que sejam colhidos, transportados, armazenados, transformados e embalados em máquinas, lugares e equipamentos que tiveram algum contato com produtos com glúten previamente, podem sofrer contaminação cruzada.   
Não existe hoje no Brasil uma certificação dos produtos sem glúten, como acontece com os orgânicos, onde empresas terceiras auditam todo o processo, desde o plantio até a comercialização dos produtos orgânicos certificados, para garantir sua procedência e evitar a contaminação cruzada durante as etapas da industrialização.   
Por tais motivos e em respeitos aos portadores da doença celíaca, a Arma Zen Produtos Naturais iniciou um processo de readequação de suas embalagens, onde parte dos seus produtos naturalmente sem glúten passarão a indicar a informação “Contém Glúten” com um complemento que informa “produto naturalmente sem glúten mas pode conter traços de glúten por ser embalado em máquinas que embalam produtos com glúten”. Indicando que produtos naturalmente sem glúten em sua composição podem vir a apresentar traços de glúten maiores que 20 ppm (partes por milhão) devido ao eventual contato com produtos com glúten durante a seu processo de industrialização, desde a moagem até sua embalagem final."
FONTE: http://www.armazen.com/#!info-gluten/ceo6


Tirando este "pequeno probleminha" (alerta de ironia ligado, por favor), é uma receita simples e prática, sem firulas, ideal para quem mora sozinho (como eu) e não tem muito tempo para grandes confeitarias. Considerando TODOS os fatores acima, dou um 6 (seis) redondo - bem dado.

E você? Qual a sua receita favorita de pão sem glúten/sem lactose ? 

sábado, 12 de setembro de 2015

O que é a Dieta de Low FODMAP?


Depois da Dieta Low Carb, da Dieta Low Fat e da Dieta de baixo Índice Glicêmico (Low GI), o que será esta dieta de Low FODMAP? 

FODMAP é uma sigla para Oligossacarídeos Fermentáveis, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis - em inglês, Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides e Polyols = F.O.D.M.A.P.

FODMAP designa uma conjunto de alimentos que tem como característica principal a alta osmolaridade (significa que eles "puxam" a água para o interior do intestino). Os FODMAPs podem não ser bem digeridos ou absorvidos e podem, ainda, serem fermentados por bactérias no trato intestinal, podendo produzir sintomas em pessoas sensíveis, como distensão abdominal, flatulência (gases), etc. Por este motivo, a Dieta de Low FODMAP (Baixo FODMAP) tem sido preconizada como uma abordagem terapêutica possível para pessoas com Síndrome do Intestino Irritável.  

É importante lembrar que todo FODMAP é um carboidrato, mas nem todo carboidrato é um FODMAP.

Abaixo uma lista parcial de alimentos ricos em FODMAPs:

Frutas: maçãs, damascos, cerejas, mangas, pêssegos, peras, nectarinas, ameixas, melão.
Vegetais: alcachofras, aspargos, couve-for, alho, cogumelos, cebola.
Nozes: Pistache, castanha de caju.
Cereais: trigo, centeio, cevada.
Laticínios: leite, leite condensado, queijo cottage ou ricota, sorvete, iogurte.
Outros: mel, sorbitol, manitol, frutose e xarope de milho. 

A exclusão dos FODMAPs da dieta tem se mostrado benéfica para portadores da Síndrome do Intestino Irritável (SII ou IBS - Irritable Bowel Syndrome) - e também alguns pacientes com Doença de Chron e retocolite ulcerativa, Lembrando que todo tratamento deve ser realizado com o acompanhamento de uma profissional capacitado. 

E você? Já conhecia a Dieta de Low FODMAP? Conhece alguém que pode se beneficiar desta dieta? Deixe sua impressão nos comentários. Forte abraço!


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Brócolis é Paleo? (IMPORTANTE: responda a pergunta antes de ler o post!)

Em relação à pergunta acima, eu gostaria de lhe propor um desafio: responda em voz alta antes de ler o restante do post. O motivo vai ficar bem óbvio depois mas, por ora, eu peço que confie em mim e que responda a pergunta - e não, não responda apenas mentalmente. Fale em voz alta, se possível (e não for gerar estranheza nos circunstantes) ou dê um jeito de anotar a resposta em algum lugar, Ok?

Tanto o brócolis, como a couve-flor, o repolho, a couve-de-bruxelas e a simples couve, são todos derivados da couve silvestre (Brassica oleracea var. silvestris), como resultado de um processo artificial de seleção que vem ocorrendo desde o século 6 a.C. 


Considerando que o Paleolítico se inicia 2,5 milhões de anos atrás e termina por volta de 20.000 anos atrás, poder-se-ia levantar a dúvida se o brócolis caberia dentro de uma abordagem Paleo da alimentação ou não. Loren Cordain, o autor de The Paleo Diet, e  pioneiro do moderno movimento de dieta paleo (eu escrevo sem acento mesmo - "paleo" e não "páleo") lista o brócolis como parte de um cardápio paleo em seu post "WHAT TO EAT ON THE PALEO DIET" - traduzindo, "O que comer em uma Dieta Paleo" . Robb Wolf chega a propor algumas receitas bastante apetitosas. Veja aqui

Então, o brócolis é paleo ou não? Se considerarmos que a Dieta Paleo é uma busca de recriar as condições de alimentação do Paleolítico com alimentos disponíveis na atualidade, o brócolis cabe muito bem em uma abordagem paleo.

Sabemos que é impossível recriar integralmente as condições de vida do Paleolítico pois muitas das plantas e animais já não existem ou forma substancialmente modificados - pela ação humana na maioria das vezes. 

Chris Kesser - autor de The Paleo Cure - já sugeriu, inclusive, que se falasse menos em "Dieta" Paleo e sim em "Template" Paleo (veja  a este respeito o post Beyond Paleo: moving from a “paleo diet” to a “paleo template"), uma vez que o termo "Dieta" possui uma associação bastante negativa em nossa cultura. 

Falarei disso em outro post. Por ora, continuarei comendo o meu brócolis sossegado. Forte abraço!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O que é a Dieta Pegan?


"O que devo comer para se sentir bem, perder peso e permanecer saudável?" - esta é a pergunta que abre o artigo "Por que eu sou um Pegan - ou Paleo-Vegan - e por que você deve ser também!", do médico americano Dr. Mark Hyman. A resposta a esta pergunta, dada pelo Dr. Hyman, bem entendido, seria a Dieta Pegan, que, segundo ele, combinaria as abordagens Paleo e Vegan (Pegan = Paleo + Vegan). Mas como seria isso exatamente? Bom, o texto abaixo é a tradução livre (minha) de um trecho da página do blog do Dr. Hyman na qual ele explica os conceitos envolvidos na abordagem Pegan (coloquei o link para o artigo original logo abaixo para quem se interessar em ler mais sobre):

>> INÍCIO DA TRADUÇÃO DO TEXTO DO DR. HYMAN

"Concentre-se na carga glicêmica de sua dieta. Isso pode ser feito em uma dieta vegan ou paleo, mas fica mais difícil em uma dieta vegan. Concentre-se em mais proteínas e gorduras. Nozes (amendoim não), sementes (linhaça, chia, cânhamo, gergelim, abóbora), coco, abacate, sardinha, azeite de oliva. 
Coma as gorduras certas. Fique longe de a maioria dos óleos vegetais como canola, girassol, milho e, especialmente, óleo de soja, que agora compreende cerca de 10 por cento das nossas calorias. Foque, ao invés disso, nas gorduras omega 3, nozes, coco, abacate e até mesmo gordura saturada de animais alimentados com capim ou criados de forma sustentável. 
Coma principalmente plantas - montões vegetais e frutas de baixo índice glicêmico. Isso deve compor 75 por cento de sua dieta e de seu prato. (...) 
Concentre-se em nozes e sementes. Eles estão cheios de proteínas, minerais e gorduras boas e diminuem o risco de doenças cardíacas e diabetes. 
Evite produtos lácteos - é para o crescimento de bezerros em vacas, não para os seres humanos. Tente cabra ou de ovelha produtos e apenas como um deleite. E sempre orgânico.
Evite o glúten - (...) se você não for sensível ao glúten , então considere-o um deleite ocasional.
Coma cereais integrais sem glúten ocasionalmente - eles podem elevar o açúcar no sangue e podem desencadear autoimunidade.
Coma feijão com moderação - lentilhas são as melhores. Fique longe de grandes grãos de amido. Comer carne ou produtos animais como um agrado, e não como o prato principal. Leia The Third Plate por Dan Barber para compreender como mudanças em nossos hábitos alimentares poderia salvar o meio ambiente e a nós mesmos. Os vegetais devem tomar o centro do palco e carne deve ser um acompanhamento. 
Pense no açúcar como um deleite ocasional - em todas as suas várias formas (ou seja, use ocasionalmente e com moderação)."

>> FIM DA TRADUÇÃO DO TEXTO DO DR. HYMAN

O TEXTO ORIGINAL INTEGRAL você encontra aqui: 
http://drhyman.com/blog/2014/11/07/pegan-paleo-vegan/

MINHA OPINIÃO:

Pontos positivos:

O Dr. Hyman reúne conceitos bem interessantes na sua abordagem "Pegan" - o mais forte é, na minha visão, unir a preocupação com a saúde do indivíduo com a preocupação relativa à saúde do Planeta (sustentabilidade). A preocupação em promover a conscientização acerca da carga glicêmica dos alimentos, sobre o papel das gorduras "boas", etc. é, também, louvável e meritória, como todo profissional de saúde sabe muito bem. A flexibilidade da abordagem Pegan também chama bastante a atenção: no trecho acima fica claro, mesmo para quem não leu todo o artigo, que existe espaço para o uso ocasional de alimentos quase que universalmente considerados "ruins" pela blogosfera, mundial. Isso nos mostra que a moderação é a chave - e para muitas coisas da vida além da alimentação. 

Ponto(s) negativo(s):

Do ponto-de-vista de relações públicas, a Dieta Pegan me parece um beco-sem-saída. Existem aqui dois aspectos a considerar: e ambos ruins. Muito possivelmente, o público Vegan jamais entenderia a abordagem Pegan como algo remotamente parecido com a abordagem Vegan - que se abstém completamente de qualquer produto de origem  animal: carne, leite, ovos, etc. Por outro lado, o público Paleo, na minha visão, dificilmente a entenderá como uma modificação suficiente do estilo de vida Paleo para merecer um nome distinto ("Porque não chamar simplesmente de 'Paleo com menos carne'?", alguém poderia perguntar - "Low-Meat Paleo", quem sabe?). 

A despeito destas dificuldades, a Dieta Pegan tem tido alguma atenção na imprensa internacional e poderá, em breve, estar aportando por aqui, quem sabe? 

E você, qual a sua opinião? Por favor deixe nos comentários abaixo. Forte abraço!